Mercúrio

PERÍCIAS TÉCNICAS

BOLETIM TÉCNICO – 107

Símbolo: Hg

Peso atômico: 200,5 g

Número atômico: 80

CAS: [7439-97-6]

Sinônimos: prata rápida, hidrargírio.

USOS E RISCOS DE EXPOSIÇÃO

O mercúrio é usado em lâmpadas de arco de mercúrio e fluorescentes; em termômetros, barômetros e hidrômetros; para extrair ouro e prata de seus minérios e como parte integrante de amálgamas com muitos metais.

PROPRIEDADES FÍSICAS

Líquido pesado, móvel, branco prateado; densidade 13,53 a 25°C; solidifica a – 39°C; temperatura de ebulição 356,7°C; não oxida em temperaturas ambientes, imiscível em água; reage com o ácido nítrico e com o ácido sulfúrico concentrado e aquecido.

POSSÍVEIS RISCOS À SAÚDE

O mercúrio elementar e seus sais inorgânicos, bem como os compostos organomercúricos, são todos substâncias tóxicas. O elemento tem uma pressão de vapor de 0,0018 torr a 25°C, que é suficientemente alta para caracterizar o mercúrio altamente nocivo através da inalação. A exposição aos vapores de mercúrio, em altas concentrações, por um período curto pode causar bronquite, pneumonite, tosse, dores torácicas, angústia respiratória, salivação e diarréia. A sua ação sobre o sistema nervoso central causa tremor, insônia, depressão e irritabilidade. Uma exposição por 4 horas aos vapores de mercúrio em uma concentração de cerca de 30 mg/m³ causou lesões nos rins, fígado, pulmões e cérebro de coelhos (ACGIH 1986). O mercúrio elementar é rapidamente oxidado em Hg(II) nas células vermelhas do sangue. Primeiramente ele se oxida e então se acumula (Manahan 1989). O mercúrio (II) se acumula nos rins.

A toxicidade dos compostos de mercúrio varia significativamente de acordo com a solubilidade. Compostos de mercúrio menos solúveis são relativamente menos tóxicos do que os sais de mercúrio mais solúveis, sendo que estes últimos são altamente tóxicos se ingeridos. Os efeitos crônicos devido aos íons do Hg(II) são inflamação da boca, salivação, amolecimento dos dentes, tremores musculares, passos claudicantes, depressão, irritabilidade e nervosismo (Hodgson et al. 1988). Os íons Hg2+ têm afinidade pelos grupos sulfidrila (–SH) em proteínas, enzimas, seroalbumina e hemoglobina para formar complexos e assim causar a inibição enzimática. Cisteína, penicilamina e 2,-dimercapto-1-propanol são antídotos eficazes contra a intoxicação por mercúrio (II). Foram também relatados outros antídotos contendo enxofre: unithiol [4076-02-2], BAL [59-67-5] e D-penicilamina [52-67-5] (Softova et al. 1984). Estas substâncias podem formar quelatos com o mercúrio, excretado na urina, exibindo, assim, um efeito protetor contra lesões renais causadas pelo mercúrio. N-benzil-D-glucamina é outro agente quelante que apresentou ação protetora contra a toxicidade renal do mercúrio inorgânico em ratos (Kojima et al. 1989).

LIMITES DE TOLERÂNCIA

INSALUBRIDADE – PORTARIA Nº 3.214/78 DO MTE

  • NR-15 – ANEXO Nº 11 – QUADRO Nº 1

Grau máximo (Mercúrio; todas as formas exceto orgânicas).

Limite de Tolerância: 0,04 mg/m³ (para uma jornada de até 48 horas/semana)

  • NR-15 – ANEXO Nº 13

Grau máximo

Fabricação e manipulação de compostos orgânicos de mercúrio.

A American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH – 2017) estabelece o seguinte Limite de Exposição Ocupacional (TWA):

MERCÚRIO [CAS: 7439-97-6], todas as formas exceto alquil compostos, como Hg

Aril compostos……………………………………………………………………………0,1 mg/m³

Hg elementar e formas inorgânicas…………………………………….0,025 mg/m³