Asbestos

PERÍCIAS TÉCNICAS

BOLETIM TÉCNICO – 108

ORIGEM

Há milhões de anos rochas metamórficas ultrabásicas, de origem eruptiva, como as piroxenitas, submetidas às forças tectônicas foram alteradas pelas ações hidrotérmicas em serpentinitas. Parte desta rocha serpentínica recristalizou-se como material fibroso nas fissuras e rupturas da rocha matriz, aparecidas no deslocamento e resfriamento do magma original. Estas fibras, que recebem o nome de amianto (ou asbestos), são compostas por silicatos hidratados de magnésio, ferro, cálcio ou sódio com estrutura cristalina e são classificadas em dois grandes grupos – o das crisotilas e o dos anfibólios. A crisotila, conhecida como amianto branco, é a mais comum, aparecendo em ocorrência variadas em toda a crosta terrestre. O grupo dos anfibólios inclui outras formas de amianto, sendo as mais conhecidas a crocidolita, ou amianto azul, e a amosita, ou amianto marrom, ambas encontradas na África do Sul. Há também a antofilita, de menos importância, que ocorre também no Brasil.

PRODUÇÃO

Pela moagem da rocha matriz, beneficiamento e classificação extrai-se a fibra de amianto para sua utilização como matéria-prima ou material de processo, numa série muito ampla de produtos.

O maior produtor e utilizador mundial é a Rússia, com 2.500.000 toneladas anuais de fibras produzidas – 52% do total mundial. Segue-se o Canadá, com 1.100.000 toneladas – 23%, destinadas em grande parte à exportação; a África do Sul, com 250.000 toneladas – 6% e outros países, como a Itália e o Zimbabwe, espalhados pelo mundo, entre os quais o Brasil, com 165.000 toneladas anuais (1985), 4% da produção mundial, considerado produtor de porte médio de crisotila de boa qualidade.

USO

A utilização do amianto pelo homem vem desde a época pré-histórica. Na Finlândia o habitante primitivo fortalecia sua cerâmica pela adição de antofilita.

Os Romanos, de acordo com os escritos de Plínio, o Velho, já teciam as fibras, fabricando mechas para lamparinas, panos para mesas, sudários para cremação.

Essa tradição continuou na Idade Média, sobre a qual a crônica diz que Carlos Magno Imperador maravilhava seus convivas, lançando as toalhas das mesas dos banquetes ao fogo e recolhendo-as limpas e intactas, para grande espanto dos seus convidados.

Pedro o Grande, Imperador da Rússia, incentivou a tecelagem da fibra durante seu reinado.

Mas todas estas aplicações eram mais curiosidades e representavam um uso marginal do amianto.

O grande desenvolvimento começou na segunda metade do século passado. De fato, a Revolução Industrial trouxe novas necessidades tecnológicas – a máquina a vapor precisava de um isolante resistente e maleável e tudo isto a fibra trazia, a um custo muito baixo. A descoberta das grandes minas do Canadá e a reabertura das antigas minas do Norte da Itália permitiram abastecer o mundo com uma quantidade generosa da fibra crisotila – um preço adequado a suas aplicações industriais. Seguiu-se a isto o desenvolvimento da produção nas minas russas dos Urais e o aparecimento das novas províncias de mineração na África do Sul, explorando a crocidolita, e no Transval, onde a amosita – cujo nome deriva de Asbestos Mines Of South Africa – era descoberta.

Se até o ano de 1900 só 250.000 toneladas tinham sido exploradas pelo Homem, em 1980 o mundo já tinha consumido um total de 100 milhões de toneladas.

Qual a razão deste grande aumento da demanda?

A resposta reside nas excepcionais qualidades das fibras de amianto, não-encontradas em outras substâncias naturais e até o momento não-reproduzidas em outros produtos artificiais.

Elas têm uma estrutura diametral finíssima – separando-se em fibrilas – que na maior parte dos casos podem chegar a ter diâmetros inferiores a 0,1 mícron.

Possuem excelente resistência ao calor, sendo incombustíveis. Não são atacadas pela ação do vapor, das bases, dos ácidos (isto só no caso da crocidolita), de produtos orgânicos e outros agentes agressivos comumente encontrados na indústria. Têm baixa condutibilidade elétrica, alto poder filtrante apto a reter microorganismos e substâncias nocivas. Finalmente possuem elevada resistência mecânica à abrasão e expecional resistência à tração de até 350 Kg/mm² – maior que a do aço comum.

Todos estes fatores contribuem para que o amianto seja utilizado em mais de 3.000 produtos, além de servir como material de processo – como por exemplo nos filtros.

O maior consumo mundial de amianto – aproximadamente 80% do total – está ligado aos produtos de fibrocimento.

Nestes, o amianto é misturado ao cimento comum, permitindo a formação de um composto que pode ser industrializado numa série muito grande de formas. Seguem-se os materiais de fricção – guarnições de freios e embreagens –, que nas suas formas mais variadas permitem um desempenho superlativo para qualquer maquinismo em movimento – automóveis, aviões, guindastes, etc.

O amianto também é utilizado como reforço em muitos produtos plásticos, revestimento para pisos vinílicos, produtos de vedação e impermeabilizantes. Serve para o preparo de papéis, papelões e feltros; está presente na fabricação de guarnições de todos os tipos; na confecção de tecidos, cordões, fios, cordoalhas. Utiliza-se na indústria farmacêutica e alimentícia, como filtros de placas ou pó filtrante; na indústria petrolífera, nas lamas utilizadas na perfuração de poços.

Por fim, foi extensivamente utilizado da II Guerra Mundial até a década de 60, na Indústria Naval e na Construção Civil, especialmente nos E.U.A. e Europa, como isolante térmico e acústico projetado na forma de “spray” no isolamento de partes de máquinas, tubulações e estruturas de ferro. Esta forma de aplicação do amianto não ocorreu no Brasil; predominou nos E.U.A., inicialmente pelas necessidades provocadas pelo incremento dos transportes navais durante os eventos bélicos e pelo aumento no número de edifícios construídos após a Guerra. Este tipo de aplicação foi objeto de um amplo estudo epidemiológico por parte do pesquisador Prof. Irving Selikoff, do Mount Sinai Hospital (USA), sobre os trabalhadores na indústria do isolamento.

SITUAÇÃO BRASILEIRA

A indústria brasileira do amianto pode ser dividida em três grandes grupos:

  • Mineração: Concentrada praticamente na produção de crisotila na Mina de Canabrava, em Minaçu – Goiás, 200 km ao Norte de Brasília, de propriedade da SAMA – S/A Mineração de Amianto. Produzindo em torno de 165.000 toneladas de fibras de graus variados por ano, emprega perto de 2.000 funcionários que, somados aos dependentes, perfazem um total de 8.000 pessoas às quais é oferecida na Mina uma excelente infraestrutura: habitação, ensino, saúde, alimentação, recreação, etc.

Seu faturamento em 1985 atingiu o total de 332 milhões de cruzados, recolheu 43 milhões de cruzados de ICM (70% Estado, 20% União e 10% Município), além de um “royalty” de 5% pago à Metago, empresa estadual coordenadora das atividades de mineração em Goiás.

A crisotila brasileira tem excelente qualidade, sendo exportada para vários países, entre os quais: Argentina, México, Bolívia, Angola, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Índia, Sri Lanka, Nigéria e Tailândia.

Algumas outras ocorrências de crisotila ou antofilita sem valor expressivo são exploradas ocasionalmente em outros pontos do território brasileiro.

  • Fibrocimento (ou cimento-amianto): Esta indústria, que absorve em média 80% da produção de fibras no Brasil, destina-se essencialmente a materiais de construção, formados a partir da mistura úmida de cimento e amianto – este numa proporção de 10 a 15% da massa total. São produtos extremamente versáteis e econômicos – tais como telhas, caixas d´água, tubos diversos para adução de água, saneamento e irrigação, perfis estruturais, moldados e outros que se adaptam muito bem ao contexto sócio-econômico brasileiro, pois permitem economias variadas pelas suas matérias-primas nacionais, sendo materiais de baixo consumo energético em seus insumos e fabricação; econômicos nas suas estruturas de suporte e de fácil aplicação; de alta durabilidade e simples manutenção. Estima-se que o setor emprega diretamente cerca de 12.000 trabalhadores.
  • Material de Fricção, Juntas e Guarnições, Têxteis e Produtos Diversos: Este setor industrial muito diversificado utiliza as excelentes e diversas qualidades da fibra para a fabricação dos produtos mencionados. Aqui se torna difícil estimar quantos operários tenham um contato direto com a fibra, dada a grande diversificação e variedade das indústrias produtoras. A indústria de Mineração e Produtos de Amianto totaliza, em termos gerais, um volume anual de produção estimado em 300 milhões de dólares, empregando diretamente 22.000 funcionários, ao qual deve ser acrescido o grupo social dos dependentes, em torno de 100.000 pessoas. Exporta matéria-prima e produtos acabados, permitindo uma receita cambial de 50 milhões de dólares. Ela supre todas as necessidades nacionais da fibra e de seus produtos, evitando a importação da matéria-prima, praticada até a década de 70.

Pela sua importância nos setores primários e secundários da nossa economia, o amianto é um mineral básico para as necessidades de matéria-prima e de material de processo do nosso parque industrial.

DOENÇAS LIGADAS AO ASBESTO

As doenças relacionadas à exposição ocupacional ao asbesto são conhecidas desde o começo do século. Inicialmente foi descrita a asbestose, seguindo-se a associação com o câncer de pulmão e, finalmente, o mesotelioma de pleura e peritônio.

Embora as consequências à exposição ao asbesto sejam muito estudadas, principalmente nos últimos 15 anos, devido a seu potencial carcinogênico e seu espectro de apresentações clínicas, existe uma série de pontos controversos que se espera sejam esclarecidos no decorrer dos próximos anos.

A literatura médica é pobre em casos destas doenças. Há menos de 40 casos de asbestose e nenhum de câncer de pulmão ou mesotelioma descritos. Os motivos deste baixo número de casos relatados são:

  1. O aumento na produção e consumo interno é razoavelmente recente;
  2. A formação médica brasileira é sensivelmente deficiente em relação às patologias ocupacionais, sendo que parte dos diagnósticos de asbestose até agora feitos são fortuitos.

No momento ocupamos uma posição privilegiada no rank de produtores mundiais de asbesto. Em 1984, o Brasil foi um dos quatro principais produtores mundiais de crisólita, 85% da produção tendo sido utilizada no mercado interno.

Não temos informações precisas a respeito de anfíbolos contaminantes em nossas minas. Acreditamos ser este um ponto a ser esclarecido, pois hoje em dia é do conhecimento geral que a patogenia das doenças relacionadas ao asbesto é também função de suas propriedades físicas (dimensões).

ASBESTOSE

A asbestose é a fibrose intersticial pulmonar que afeta predominantemente os 1/3 inferiores dos pulmões. A proporção de trabalhadores afetados, o intervalo entre o início da exposição e o grau de fibrose dependem em grande parte da magnitude da exposição.

Caracteriza-se pela presença de dispnéia aos esforços, estertores crepitantes de bases, alterações de função pulmonar e pequenas opacidades irregulares ao Rx. Diferentemente das pneumoconioses nodulares (tipo silicose), as alterações na função pulmonar e os sintomas e sinais clínicos são relativamente precoces.

Há uma correlação entre o grau de exposição e a prevalência dos indicadores acima mencionados. Estes efeitos são proporcionais ao número e dimensão das fibras inaladas, muito mais do que em relação à poeira total. Até hoje não estão bem claros os fatores responsáveis pelo estímulo fibrogênico e a progressão da doença.

O período de latência entre o início da exposição e o aparecimento dos sintomas ou sinais é variável, dependendo do grau de exposição, porém geralmente ocorrem cerca de 10 anos após o contato inicial. O diagnóstico é baseado na história clínica ocupacional e um exame radiológico, a ser interpretado por um profissional treinado na leitura de chapas de pneumoconioses. Em casos mais raros, em que a história ocupacional não seja convincente, o achado de fibras no escarro lavado bronco alveolar ou material de biópsia pode eventualmente auxiliar no esclarecimento.

Os efeitos do fumo no desenvolvimento da asbestose é controverso. De qualquer forma, se existe uma correlação entre tabagismo e fibrose intersticial, é uma associação muito menos marcante do que em relação ao câncer pulmonar.

LIMITAÇÃO CRÔNICA DO FLUXO AÉREO

A alta prevalência de sintomas respiratórios, notadamente a tosse e o catarro, já foi demonstrada em pacientes expostos a poeiras respiráveis. Na Holanda, a bronquite crônica é aceita como doença ocupacional, quando há nexo entre exposição e sintomas.

Trabalhadores expostos a poeiras que contenham fibras de asbesto também apresentam uma alta prevalência de sintomas respiratórios. Isto é traduzido por alterações funcionais pulmonares, principalmente a obstrução de pequenas vias aéreas, o que se correlaciona com dados de patologia animal experimental e humana, que apontam a fibrose peribronquiolar como uma das lesões iniciais da asbestose.

DOENÇAS PLEURAIS BENIGNAS

A presença de placas pleurais é um achado frequente em grupos ocupacionalmente expostos ao asbesto. Geralmente ao Rx as placas são múltiplas, não simétricas e podem passar despercebidas por leitores menos treinados. As incidências em oblíquas facilitam sua visualização. As placas são constituídas por tecido fibro hialino, frequentemente com depósitos de cálcio no seu interior.

Não causam sintomas ou alterações funcionais, a menos que sejam extensas ou em grande número, e podem ocorrer independentemente da fibrose de parênquima.

O espessamento pleural difuso costuma estar associado a asbestose e, quando extenso, causa alterações funcionais restritivas de importância.

Recentemente há algumas descrições de casos de derrames pleurais benignos associados à exposição ao asbesto. Costumam ser sero-hemorrágicos, ou amarelo-citrinos, de pequeno para médio volume, recorrentes, que resolvem espontaneamente no curso de semanas ou meses. O diagnóstico costuma ser fortuito, pois geralmente são assintomáticos.

CÂNCER DE PULMÃO

Em 1955, Doll descreveu o primeiro estudo epidemiológico reconhecido a associação entre exposição ao asbesto e alta incidência de câncer de pulmão.

A exposição a todos os tipos de asbesto já foi relacionada com um excesso de casos. Estudos recentes parecem indicar que a crocidolita tem um maior potencial carcinogênico do que as outras fibras, porém este gradiente é bem menos importante do que em relação ao mesotelioma.

Os casos de câncer de pulmão geralmente refletem o início de exposição distante. O período de latência costuma ser superior a 20 anos. Há uma clara dependência dose-resposta no surgimento do câncer pulmonar. Como o número de casos descritos é grande, hoje é possível estimar-se, através de modelos matemáticos, os riscos relativos a diferentes níveis de poeira em diferentes indústrias.

O excesso de casos é predominante entre trabalhadores fumantes. Entre os não-fumantes, o risco é semelhante ao dos não-fumantes não-expostos, a menos que a exposição seja prolongada e forte. O tipo histológico mais comum é o adenocozimoma, o que reflete um padrão semelhante ao câncer de cicatriz, embora, quando a asbestose é leve ou inexistente (radiologicamente), a distribuição dos diferentes tipos celulares é semelhante à dos não-expostos.

MESOTELIOMA DE PLEURA E PERITÔNIO

Esta neoplasia é a mais fortemente associada à exposição ao asbesto. Originalmente descrita por Wagner em 1960, esta associação levou a uma série de estudos que culminaram com um melhor entendimento da patogenia das fibras.

Inicialmente, descreveram-se casos relacionados com a mineração de crocidolita na província do Cabo, na África do Sul. Estranhamente a incidência de mesoteliomas era menos na província do Transvaal, que explorava crocidolita e amosita. A partir destas observações, notou-se que as propriedades físicas da crocidolita das duas regiões diferiam em relação à média de comprimento e ao diâmetro das fibras. Tais achados permitiram desenvolver estudos que demonstraram que a relação comprimento-diâmetro é essencial na gênese dos tumores mesoteliais. Hoje se sabe que as fibras menores do que 1,5 µm de diâmetro e maiores que 8 µm de comprimento estão nas faixas mais agressivas.

Em humanos, demonstraram-se casos de mesotelioma relacionados à exposição à crocidolita, amosita e, em menor escala, à crisotila. Um fato interessante é a baixa presença de crisotila nos tecidos pesquisados em autópsias.

Mesmo em exposições predominantes à crisotila, como por exemplo na indústria de cimento-amianto, a presença de anfíbolos é sensivelmente maior (análise por microscopia eletrônica e E D S). Aparentemente a clearence da crisotila é maior, devido à dissolução dos compostos magnesianos ou a um transporte mucociliar mais efetivo, em razão de sua deposição em situação menos profunda. Por estes motivos é difícil a avaliação da contribuição da crisotila como indutora de mesoteliomas.

O mesotelioma pleural apresenta-se geralmente como um derrame pleural, que após a punção revela lesões boceladas pleurais. A dor e a deformidade torácica acompanham o curso da doença. A mortalidade é alta, geralmente dentro de 24 meses do diagnóstico, independentemente de qualquer medida terapêutica antinoplásica. O diagnóstico histológico é complexo para patologistas sem prévia experiência na doença. O período da latência é grande: cerca de 30 anos após a exposição inicial. Por este motivo é importante a idade do primeiro contato com asbesto. A localização peritoneal é menos frequente do que a pleural e relaciona-se com exposições a altos níveis de fibras por tempo prolongado.

Devido ao pequeno número de casos descritos na literatura (algumas centenas), fica difícil estimar-se se há uma relação dose-resposta. O tabagismo não exerce influência nesta neoplasia.

DOENÇAS LIGADAS A FIBRAS DE OCORRÊNCIA NATURAL

Fatos alarmantes foram relatados na região central da Turquia por Baris. Um grande número de casos de mesotelioma em uma pequena população em faixas etárias jovens (ao redor de 30 anos). Estudos feitos na região mostraram a presença de fibras de erionita dentro de dimensões perigosas. Tais fibras fazem parte do grupo das zcolitas, mineral presente no solo desta região.

Este fato alerta para a necessidade de se pesquisar ativamente a exposição a fibras, em casos de mesotelioma, mesmo quando não há uma história de exposição ao asbesto.

DOENÇAS LIGADAS A FIBRAS ARTIFICIAIS

Após a constatação da importância das dimensões das fibras, houve uma justificada preocupação em relação ao uso de fibras artificiais.

Em média, as fibras artificiais costumam ser mais grosserias do que as fibras de asbesto. As mais finas são de produção relativamente recente (últimos 15 anos), para alguns empregos específicos.

Os estudos até agora realizados não conseguiram demonstrar casos de pneumoconioses ou de câncer em excesso nos grupos estudados. É necessário ter em mente que a produção de fibras finas é recente, e provavelmente os efeitos nocivos ao pulmão só poderão ser avaliados com maior precisão nos próximos 30 anos.

LIMITES DE TOLERÂNCIA

  • NR-15 – ANEXO Nº 12

Asbestos (Acrescentado pela Portaria nº 1, de 28/05/1991).

1.1. Entende-se por “asbesto”, também denominado amianto, a forma fibrosa dos silicatos minerais pertencentes aos grupos de rochas metamórficas dos serpentinas, isto é, a crisotila (asbesto branco), e dos anfibólios, isto é, a actinolita, a amosita (asbesto marrom), a antofilita, a crocidolita (asbesto azul), a tremolita ou qualquer mistura que contenha um ou vários destes minerais.

1.2. Entende-se por “exposição ao asbesto” a exposição no trabalho às fibras de asbesto respiráveis ou poeira de asbesto em suspensão no ar originada pelo asbesto ou por minerais, materiais ou produtos que contenham asbesto.

  1. O limite de tolerância para fibras respiráveis de asbesto crisotila é de 2,0 f/cm³.

12.1(*) Entende-se por “fibras respiráveis de asbesto” aquelas com diâmetro inferior a 3 micrômetros, comprimento maior que 5 micrômetros e relação entre comprimento e diâmetro igual ou superior a 3:1.

(*) Redação dada pela Portaria nº 22, de 26/12/1994.

No caso da concentração ultrapassar o limite de tolerância previsto no item 12, a insalubridade será de grau máximo.

  • A American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH – 2017) estabelece o seguinte Limite de Exposição Ocupacional (TWA):

ASBESTO, todas as formas (CAS: 1332-21-4)……………………………..0,1 f/cc