Epicloridrina

PERÍCIAS TÉCNICAS

BOLETIM TÉCNICO – 75

A epicloridrina é usada para fabricar glicerol, resinas epóxi, adesivos e moldadores; bem como derivados para produção de corantes, produtos farmacêuticos, surfactantes e plastificantes; e como um solvente para resinas, gomas, tintas e vernizes.

PROPRIEDADES FÍSICAS

Líquido incolor, móvel, com odor semelhante ao do clorofórmio; existe como uma mistura racêmica dos seus isômeros ópticos em quantidades iguais; temperatura de ebulição 116°C; congela a -57°C; densidade 1,1807 a 20°C; solúvel na maioria dos solventes orgânicos, moderadamente solúvel em água (6,6% por peso).

 

RISCOS À SAÚDE

A epicloridrina é tóxica, carcinogênica e fortemente irritante. Seu vapor pode causar irritação dos olhos, pele e vias respiratórias. A exposição à alta concentração resultou em morte de animais, afetando o sistema nervoso central. O líquido pode ser absorvido através da pele do ser humano causando uma irritação dolorosa do tecido subcutâneo (ACGIH, 1986). Os sintomas da intoxicação, causados por uma alta dose, em animais de laboratório, foram: paralisia dos músculos e o desenvolvimento gradativo de dificuldades respiratórias. Exposições prolongadas a 120 ppm, por várias horas, causaram danos aos pulmões, rins e fígado em ratos. A ingestão por via oral causou tremor, sonolência e ataxia em camundongos.

Os sintomas tóxicos e doses letais variaram amplamente em várias espécies de animais. O metabólito tóxico da epicloridrina poderia ser a α-cloridrina; este último foi produzido “in vitro” por microssomas de fígado de rato.

Uma concentração de 25 ppm pode ser detectada pelo seu odor. A exposição a este nível pode causar queimaduras nos olhos e nariz em seres humanos. Uma concentração acima de 100 ppm, mesmo numa exposição curta, pode ser nociva ao ser humano causando náusea, dispnéia, edema pulmonar e danos aos rins.

A epicloridrina é mutagênica e pode apresentar carcinogenicidade em cobaias. Causou tumores aos pulmões e nariz e em estruturas gastrintestinais e endócrinas. A exposição a este composto causou efeitos reprodutivos nocivos na fertilidade e defeitos de nascimento em camundongos.

A American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH – 2017) estabelece o seguinte limite de exposição:

Epicloridrina (CAS: 106-89-8) (1994): 0,5 ppm

A Portaria nº 3.214/78 do MTE, em sua NR-15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES, anexo nº 13, assim registra:

AGENTES QUÍMICOS

“1. Relação das atividades e operações, envolvendo agentes químicos, consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. Excluam-se desta relação as atividades ou operações com os agentes químicos constantes dos Anexos 11 e 12.

OPERAÇÕES DIVERSAS

Insalubridade de grau máximo

Operações com as seguintes substâncias:

Epicloridrina.